02 maio 2016

Resenha | Cyberstorm


Admito que ficção científica não é um gênero que faz meus olhos brilharem, mas ao ler a sinopse de Cyberstorm, minha curiosidade foi aguçada, afinal, nos tornamos tão dependentes da tecnologia, sobretudo da rede de computadores, que fica a questão: o que aconteceria se houvesse um ataque cibernético?

É com um realismo inquietante que o autor Matthew Mather responde essa pergunta. Em uma das cidades mais modernas do mundo, Nova Iorque, os meios de comunicações começam a falhar e uma nevasca assola a cidade. Sem uma maneira de entrar em contato com o resto do mundo, a população vive em um cenário apocalíptico em meio ao desconhecimento do que realmente está acontecendo.

Acompanhamos Mike Mitchell e sua família tentando sobreviver em meio à fome, frio, falta de energia e água, além de uma possível epidemia de gripe aviária, ao tempo em que especulamos sobre o que está acontecendo.

Seria um ação terrorista? Um ato de guerra? Ou ainda um ataque de Extraterrestres? O suspense é um dos melhores pontos da obra e o autor segura a informação até o último minuto, sendo até um pouco decepcionante a revelação.

“Quem fizera aquilo conosco? Quem nos transformara em animais? Não podia ser apenas um acidente, não do modo com que havia se desenrolado: o ataque à logística, a queda da internet, os alertas de gripe aviária, e então uma invasão do espaço aéreo norte-americano e a derrubada das redes de energia”. (p.312.)

Outro ponto forte da obra é a descrição de toda a situação vivida pelas personagens, à medida que a história se desenvolve, somos apresentados a situação desesperadora que a cidade está imersa. Além disso, Matthew Mather de fato trabalhou em segurança cibernética e conseguiu escrever sobre as “tecnicidades” da obra de uma maneira bem simples, não tornando-se cansativa de ler.

“A tecnologia não podia regredir, mas os seres humanos sim, e com uma facilidade e rapidez surpreendentes quanto os vestígios do mundo moderno desapareciam”. (p. 330)

Se por um lado o autor acerta nesses pontos, por outro peca no desenvolvimento de seus personagens, que além de estereotipados, são rasos e facilmente esquecíveis... eu queria mesmo era saber o que aconteceu.

Sendo assim, Cyberstorm é memorável por sua ambientação, sendo uma leitura envolvente tanto para os fãs de ficção científica como para os leitores mais distantes do gênero.

1 comentários:

  1. Olá Rafa, tudo bem?
    Eu também não curto muito ler ficção científica, mas gosto muito de determinados filmes do gênero.
    Não conhecia a obra e nem o autor, e apesar da premissa ser interessante, não me senti tentada a ler. Coisa de gosto mesmo kkkk
    Ótima resenha.
    Abraço e sucesso.
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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